19 de março de 2012

Alguém me disse que você ainda me ama. E que nunca me amou.

E que tem outras. E que não tem ninguém.

Outro alguém me disse que sou perfeita pra você. E que não temos nada a ver.

E que tudo pra nós dá certo. E que tudo entre nós dá errado.

E outro alguém me disse que você tem medo. E que não tem vontade.

E que tem certeza. E que não sabe.

E ainda mais um alguém me disse que você só ama o que convém. E que você não ama ninguém.

E que só quer me usar. E que não consegue viver sem mim.

Disseram-me um monte de coisas. Tantas coisas que eu já não sei.

Só sei que é muito difícil conciliar o que todos esses "alguéns" que eu sou me dizem.


22 de fevereiro de 2012

Procuro doçura.
Um encaixe de abraço.
E de alma.
Procuro constância.
Um encontro de cérebros. E de covinhas.
Procuro coragem.
De sentir o que há pra sentir. De encarar os tropeços e os sustos. E gargalhar quando der na louca.
Procuro encanto.
Por um par de olhos. Pela magia das coincidências.
Procuro surpresas.
Como chamados inesperados. Como chegadas repentinas.
Procuro tesão.
Por curvas perigosas. Por segredos insondáveis.
Procuro urgência.
De estar junto. De estar perto, mesmo que longe.
Procuro brilho interno.
Que transparece no sorriso. Que cintila no silêncio.
Procuro liberdade.
De ser assim. De ser feliz.
Procuro entrega.
Com direito a colo verdadeiro. Com a regalia de um cafuné avassalador.
Procuro luz.
Que me ilumine. Que não me cegue.
Procuro carinho.
Uma piscadela secreta. Um apelido infantil.
Cade você, meu bem?

15 de fevereiro de 2012

Quando o amor vacila




Eu sei que atrás deste universo de aparências,
das diferenças todas,
a esperança é preservada.
Nas xícaras sujas de ontem
o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,
e dela não me conformo.
Eu acredito em tudo,
mas eu quero você agora.
Eu te amo pelas tuas faltas,
pelo teu corpo marcado,
pelas tuas cicatrizes,
pelas tuas loucuras todas, minha vida.
Eu amo as tuas mãos,
mesmo que por causa delas
eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo teu jogo triste.
As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.
Eu amo a tua alegria.
Mesmo fora de si,
eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido,
se a maré das circunstâncias
não tivesse te banhado
nas águas do equívoco.
Eu te amo nas horas infernais
e na vida sem tempo, quando,
sozinha, bordo mais uma toalha
de fim de semana.
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
e pelos teus sonhos inúteis.
Amo teu sistema de vida e morte.
Eu te amo pelo que se repete
e que nunca é igual.
Eu te amo pelas tuas entradas,
saídas e bandeiras.
Eu te amo desde os teus pés
até o que te escapa.
Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras,
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila.



Texto no DVD Maricotinha de Maria Bethânia

28 de janeiro de 2012

Tua ausência cala o mundo.


Só há silêncio debruçado nos caminhos. Nenhuma música, buzina ou voz.
Não há flores, gemidos, mordidas na boca. Não há gargalhadas, trovões ou gritos_ apenas relâmpagos imaturos que acendem um céu sem lua, sem estrela, sem chuva, sem qualquer coisa que me tire a atenção da falta.
Tua ausência cala o mundo, o mar, os ventos. Tua ausência desaba silenciosamente sobre meus dias, soterrando meu outono...
Ela magoa demais o meu sossego.
(Tua ausência é essa substância densa.)
Tua ausência é tão presente que é pessoa...e me abraça.”
____________________________Marla de Queiroz
Dói não te ter por perto


Dói não escutar sua voz

Dói respirar sua ausência

Mas dói mais te dizer adeus...

Dói como morte lenta

Da memória de nós dois

26 de janeiro de 2012

Quanto tempo você vai ficar vendo minha vida passar sem entrar nela?