22 de novembro de 2011

... Às vezes,


a única coisa que tenho para te oferecer,

é o meu silêncio.



Pode parecer pouco,

insignificante até...

mas,

o meu silêncio,

é muito importante para mim...



Ele consegue dizer sem palavras,

aquilo que as minhas palavras não dizem.

Acima de tudo,

o meu silêncio faz parte de mim.



Por isso,

quando às vezes,

a única coisa que te consigo oferecer,

é o meu silêncio...

é porque desejo,

que também tu,

faças parte de mim.



Ruy Barros

11 de novembro de 2011

A vontade dela era morar nele. Ele, que por muito tempo se perdeu dos seus desejos. Ele, a quem ela não dava nome. Que só existia nos seus sonhos, num amor que inventou de ser proibido. Ela, que já não contava mais com o amor. Ela, que de tanto amar já não se achava capaz. Ela queria morar nele. Ele não se reconhecia nela. Mas só se achava ali.Nela. Ali ele fazia suas confissões. Do que lhe metia medo, das mentiras que a vida lhe fez, dos desejos que nem teve. E diante dele ela já nem sabia o que era verdade.  Ela queria adormecer nele. Mesmo que no dia seguinte saísse ao encontro de sua vida de sempre.

6 de novembro de 2011

E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre
Prometi que não te procuraria.
Jurei para mim não ligar, não querer saber  e o que fosse do amor seria arrancado do peito, jogado ao vento.
Tentei engolir a simpatia que tenho por você, dar fim ao conto que não para de começar e continuar e se desfazer e refazer em minha mente.
Ocupei-me com novos livros, novas pessoas, novos sorrisos e chocolates mais amargos.
Frequentei lugares diferentes, encontrei olhares distintos e sonhos admiráveis.
Mas em nenhuma pessoa, em nenhum lugar ou sorriso te encontrei. Por mais brilhantes que fossem os olhos, não havia paixão nem a ternura que me gritavam através do seu olhar castanho.
E quanto mais longe vou, mais quero voltar e te abraçar.
Confessar que não há intensidade na sua ausência nem calor em nosso vazio.
A verdade, querido, é que eu vim para tentar viver a vida que deixei  contigo ...