31 de janeiro de 2010

Este post é para mim, para mais tarde eu voltar a ler, recordar o que sinto neste momento e para que não volte a sentir o que sinto:

"Fê, de uma vez por todas, é sério, deixa de ir atrás de palavras, as palavras trazem expectativas e nem sempre se concretizam.
Deixa de acreditar que todas as pessoas são sinceras contigo... E com elas próprias.
Deixa de ir atrás de emoções não correspondidas, deixa de conquistar, de seduzir, deixa de ir com tanta sede ao pote, vê se pára de brigar com a vida!!!
Perde essa mania de ser tão intensa em tudo, para de exagerar, termina essa busca.
Sossega , sossega!
Respira fundo e te acalma ..
Inspira... Respira... Inspira... Respira... Isso !!"

30 de janeiro de 2010

...

Quando
dou pra ti
sou tua.
Quando
dou por mim
solidão.

23 de janeiro de 2010

A solidão é uma faca de dois gumes.
Veste-nos de silêncios que aprendemos a amar
e despoja-nos daquela paz cúmplice
que é ter alguém que nos fala com os olhos.

22 de janeiro de 2010

Antes de amar-te

Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono.
[Pablo Neruda]

21 de janeiro de 2010

Recebe nas tuas mãos
a minha vontade...
de guardar desenhos ...
nos teus olhos.

20 de janeiro de 2010

Pairo sobre o teu mundo,
espreito ...e deixas-me entrar,
descobrindo-nos numa aventura
como quem se reencontra,
depois de ter perdido
para voltar a sentir,
tocar e respirar...

19 de janeiro de 2010

Canção das Mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa _ uma mulher.
[Lya Luft]

...

Quando imagino um dia perfeito,
você está lá.
Não importa o que fazemos,
basta estarmos.

Viagens

Quando viajo em torno de mim,
escolho o chão que piso
e entrelaço os dedos.

Quando viajo em torno de ti,
sussuro-te cheiros,
e segredo-te toques de dedos.

Quando viajo em torno de nós,
os teus olhos me cabem inteiros
és amante, companheiro e amigo.

Hoje viajo em torno de nós,
do que somos,
e do que havemos de ser...

18 de janeiro de 2010

Te amo

Sou uma ponte intercalada
entre sombras e luz.
Se um dia um relâmpago cair,
serei percorrida
pelos estilhaços e pela cinza,
mas encontrarei refúgio
entre dois passos...
Os que dei e os que darei.
No meio é onde me encontro.
Pendurada na palavra
que um dia
ousarei dizer de novo...

17 de janeiro de 2010

Vislumbres

Gosto de imaginar que és
um cavaleiro negro à sombra de uma árvore,
repetindo o ritual do amor
quando abres os olhos,
num cortejo de pestanejares tão seus
que se tornam nossos nessa fração de segundos.
Porque te imagino lá,
a soltares as asas e
a sonhares aquilo que calas

16 de janeiro de 2010

Tatuagem

...
Quero que me tatues
com o teu corpo.
Agora.
Cá dentro como
quem nunca esteve
Fora.

15 de janeiro de 2010

Pousa a mão na minha testa

Não te doas do meu silêncio:
Estou cansado de todas as palavras.
Não sabes que te amo?
Pousa a mão na minha testa:
Captarás numa palpitação inefável
o sentido da única palavra essencial
- Amor.
[Manuel Bandeira]
Quando se está em frente ao amor,
as palavras não falam...
elas calam, querem mais...
Querem tudo.

14 de janeiro de 2010

O meu coração está a meio da ponte
e tem o tamanho de uma erva por arrancar.
É borboleta no casulo das tuas mãos,
É janela para a calçada em pedra,
e que dá passagem às arvores
que te crescem nos olhos.
É poesia que bate no teu peito,
é ramalhete de flor em punho,
à espera de _ no fundo _ te encontrar

13 de janeiro de 2010

... me admiro quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exatamente o que é o amor... o amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer...
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa... o amor é sermos fracos.
O amor é ter medo e querer morrer.
[desconheço a autoria]
Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei....O amor é quando a gente mora um no outro."
[Mário Quintana]

12 de janeiro de 2010

E... subitamente na memória...
A saudade agarra-se à pele como uma queimadura.
Quando pensamos que já não está lá,
o ardor leva-nos à sua presença.
E, insistimos em não aceitar .
"Ninguém esquece
só porque lhe apetece."

...é possivel renunciar a quem se ama se aquele que amamos nos impuser essa renúncia; renunciar ao amor não....

11 de janeiro de 2010

Há amores impossíveis de contornar...
por mais voltas que se dê,
vêm sempre parar-nos às mãos,
aos olhos, ao corpo inteiro.
É por isso que já nem estranho
quando me demoras no pensamento...
Sei que estás por aqui.
Incontornável ...

10 de janeiro de 2010

Por vezes me detenho entre um ponto e uma vírgula.
Nesse momento em que a alma me cabe entre dois sinais,
bebo de um trago a ventania que dança agarrada aos meus cabelos...
depois coloco um ponto final e mudo de linha.

9 de janeiro de 2010

Estacionaste o teu toque,
sem pressa,
nos meus cabelos
e deixaste o teu cheiro
nas pontas amansadas
pelos dedos.

8 de janeiro de 2010

Agarra-me no ar...
Faz de mim o teu pedaço de céu,
e eu derramarei sobre ti...
o que dele ainda não choveu.

7 de janeiro de 2010

Amo, daqui, até o infinito...


Há a certeza de que partistes,
e não me abraçarás outra vez.
Entre o dia... e a noite,
vou enganando ... fingindo
não sentir o vazio que a tua ausência...
deixa em mim...... ás vezes, tento,
tirar de mim as saudades... libertando-as...
em lágrimas. mas, a minha saudade...
existe no estado sólido,
como paredes de gelo...
que não diminuem com as lágrimas...
quando as consigo chorar,
vou ter, sempre, saudades de ti,
ficaste no meu sorriso de menina...
onde o mundo era feito de sonhos,
continuas, por cá...
colado ao meu sorriso de mulher...

6 de janeiro de 2010

Queria reencontrar-te
como quem mexe
no fundo dos bolsos
e descobre
um poema esquecido,
ou o lacre de um sonho desfeito.
Queria apenas redescobrir-te,
saber se já não te conheço
...ou se nunca te conheci.
A mim mesmo pergunto, e não atino
Com o nome que dê a essa visão,
Que ora amostra ora esconde o meu destino...
(Antero de Quental)

5 de janeiro de 2010

“Já não amo, é verdade.
Mas talvez ame ainda.
É tão breve o amor,
e tão longo o esquecimento…”
(Pablo Neruda)

Queres saber quem eu sou ?

Eu sou a que te olha
e espia para te recolher
e depois guardar num
lugar que é só meu...
O resto não "precisas de saber"
Nem convém.
Só te ia distrair...
Eu sou a que mergulha
as mãos na tua vida
para sentir a minha voltar...

4 de janeiro de 2010


Sempre que estou só comigo,
entre o meu céu e eu...
Tenho sempre um motivo para elevar
o pesçoco, o queixo e o olhar.
É assim que gosto de divagar.
Devagar.
Até ficar acima das nuvens
e encontrar-te por lá.

2 de janeiro de 2010

Amo, mas não declaro.
Sinto, mas não demonstro.
Choro, mas não me escuto.
Penso, mas não existo.
Ando, mas não me movo.
Tenho, mas ainda falta.
Sento observando...
Que a vida,
Passa!