29 de dezembro de 2011

Talvez porque teus olhos são profundos e dá vontade de mergulhar. E eu não gosto de me sentir fraca. E porque quanto mais friamente eu agia, mais doce você era e isso me quebra, me derrete toda, não posso aceitar. E porque seria muito interessante saber o que é uma relação de verdade num momento como esse. Eu consegui imaginar tua família me conhecendo, isso pode ser um sinal. De fraqueza ou de destino, eu não sei. Existe mesmo essa coisa de destino? Porque os nossos se cruzaram e talvez isso tenha algum significado. Você quis ver através de mim e eu não deixei. Pedi pra parar, como sempre faço, e você se esforçou muito pra compreender e pra estar comigo desse jeito, de qualquer jeito, mesmo assim, apesar de. Não tente entender. Tem a ver com teus olhos, com teu sorriso perfeito, com os pelos do teu rosto. Uma parte é medo de não saber, mas tem também uma lembrança do dia em que eu te conheci, bem antes de você me conhecer. Talvez seja a dúvida entre manter a solidão ou arriscar a vida de outra maneira. Pode ser. E pode ser que toda essa história tenha se desenvolvido nos dois segundos em que eu fechei os olhos e não precisei abrir pra saber que você estava lá.

20 de dezembro de 2011

22 de novembro de 2011

... Às vezes,


a única coisa que tenho para te oferecer,

é o meu silêncio.



Pode parecer pouco,

insignificante até...

mas,

o meu silêncio,

é muito importante para mim...



Ele consegue dizer sem palavras,

aquilo que as minhas palavras não dizem.

Acima de tudo,

o meu silêncio faz parte de mim.



Por isso,

quando às vezes,

a única coisa que te consigo oferecer,

é o meu silêncio...

é porque desejo,

que também tu,

faças parte de mim.



Ruy Barros

11 de novembro de 2011

A vontade dela era morar nele. Ele, que por muito tempo se perdeu dos seus desejos. Ele, a quem ela não dava nome. Que só existia nos seus sonhos, num amor que inventou de ser proibido. Ela, que já não contava mais com o amor. Ela, que de tanto amar já não se achava capaz. Ela queria morar nele. Ele não se reconhecia nela. Mas só se achava ali.Nela. Ali ele fazia suas confissões. Do que lhe metia medo, das mentiras que a vida lhe fez, dos desejos que nem teve. E diante dele ela já nem sabia o que era verdade.  Ela queria adormecer nele. Mesmo que no dia seguinte saísse ao encontro de sua vida de sempre.

6 de novembro de 2011

E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre
Prometi que não te procuraria.
Jurei para mim não ligar, não querer saber  e o que fosse do amor seria arrancado do peito, jogado ao vento.
Tentei engolir a simpatia que tenho por você, dar fim ao conto que não para de começar e continuar e se desfazer e refazer em minha mente.
Ocupei-me com novos livros, novas pessoas, novos sorrisos e chocolates mais amargos.
Frequentei lugares diferentes, encontrei olhares distintos e sonhos admiráveis.
Mas em nenhuma pessoa, em nenhum lugar ou sorriso te encontrei. Por mais brilhantes que fossem os olhos, não havia paixão nem a ternura que me gritavam através do seu olhar castanho.
E quanto mais longe vou, mais quero voltar e te abraçar.
Confessar que não há intensidade na sua ausência nem calor em nosso vazio.
A verdade, querido, é que eu vim para tentar viver a vida que deixei  contigo ...

3 de outubro de 2011

Você tem o dom que considero mais perigoso

O dom de me descobrir inteira quando me olha
Tem o olhar que me faz querer contar meu segredos, minhas vontades e meus desejos..
Faz parte do teu dom, deixar-me na vontade de um filme repetido e a sós...
É o pôr-do-sol contigo que espero..que eu quero..
Anseio por um beijo.. na mão, no rosto... quero sua demonstração de carinho mais sincera e apetecida
Eu não pedi mas gostei de querer...o frio na barriga é inevitável..
Acontece sempre... sempre que você chega, que você passa, que você me olha, que você me abraça. Percebo, de pronto, que você já pode fazer bem mais do que participações especiais na minha vida.

25 de setembro de 2011

Amém.

15 de setembro de 2011

Não consigo pertencer ou me adaptar.

 Falha minha.

                                                    Meu único planejamento é não planejar.

                                      Porque o momento em que eu sei exatamente o que fazer ou onde ir

                                    é o mesmo momento em que tento, desesperadamante, fazer o oposto.

                                    Talvez eu apenas goste de contrariar e negar o que dizem ser certo.

                                      Talvez seja coisa de menina mimada que não aceita ordens e rótulos.

12 de setembro de 2011

Rabisco um mundo inteiro, uma parte de um outro tempo, e uma dose de mim mesma.
Alguns papéis caídos no chão, um palpite do final da novela.
Um pensamento escondido entre tantos outros sonhos, e disperso em si.
Um sonho não tão bem sonhado, quanto a ilusão que me cabia.
Eu tento encontrar alguma forma de ver um mundo complexo,
forçar a alma a resistir à tudo isso, como em um simples passe
de mágica fosse possível fazer tal proeza.
Não adianta querer encontrar tais versos, quando o poema é mal compreendido.
Preciso mergulhar em um mundo, aonde possa evitar dificuldades, me jogar e voar!

8 de setembro de 2011


A saudade é medida pela força do riso que sai quando a memória solta no ar o rosto desejado.
Nem é a boca que faz graça, é o coração.
Não tem como medir nem calcular o tamanho do bem querer e a falta que ele já faz quando ainda nem foi embora.
Dai você sente um perfume e lembra do pescoço.
Ouve uma canção e lembra da boca.
Cruza com uma camisa e lembra do braço, dos abraços dados.
Saudade é o retorno que o coração quer fazer pras estradas que ficaram, que talvez nem existam mais.
Pros planos que desistimos.
Pro banco na praça onde sentaram.
Pros amores que desistimos ou desistiram da gente.
Saudade é uma distância entre nós e como gostaríamos de estar.
Saudade hoje, é o teu nome numa placa mostrando o meu caminho.

7 de setembro de 2011




E agora não sei até que ponto esse sorriso cobre todo o resto, porque a mala está muito remexida e muita coisa foi arrancada deixando uma desordem no que estava perto. Foi meio que um efeito dominó. E o fato aqui não é tristeza ou felicidade. O fato é o incômodo que isso causa e a forma como meus defeitos, hoje, estão mais à mostra que nunca antes.


É o início do processo de transformação, de mudança de caráter. E, por mais bonitas que essas palavras aparentem ser, elas não são. Não enquanto dói

31 de agosto de 2011

Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você. Não vou ficar falando sobre a complexidade dos meus pensamentos, minha dualidade ou minhas dúvidas sobre qualquer sentimento do mundo. Vou te deixar com a melhor parte, porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.




Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.



Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem.

30 de agosto de 2011

25 de agosto de 2011

Sonhei que você sonhava comigo.
Parece simples, mas me deixa inquieta. 
É um atrevimento meu supor ser  capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordada— todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência.
Não, não me atrevo.
Então fico ainda mais confusa, porque também não sei se tudo isso não teria sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada desejo.

22 de agosto de 2011

mas eu não te esquecerei.......................


a vida te levou para longede mim..............


mas eu não te esquecerei.................

não posso me entregar a este momento

por isto escrevo  para você saber................

e para evaporar a tristeza da solidão...........

despedir-me ..não posso.........

mas eu não te esquecerei.....................

te levo em mim.................................

para sempre.................sim...........

15 de agosto de 2011

Uma das coisas mais difíceis para o ser-humano é saber a hora certa de se ausentar... O momento certo de cultivar a distância, e não a proximidade, quando se percebe que é na distância que o amor pode continuar. Ou, quem sabe, ainda nascer.
Não é nada fácil perceber esse momento. Para isso, é preciso ter muita sensibilidade. E, além dela, a coragem. No meu caso, a coragem vem em escala muito menor que a sensibilidade. Minha percepção é aguçada para saber, mas meu coração é reticente para se afastar.
Não é necessário me conhecer muito para perceber: gosto de pessoas. Minha vida gira em torno delas. O que sinto passa por elas. O que sonho também. E, consequentemente, aquilo que escrevo. Sou um ajuntamento de mundos e percepções em uma alma só.
Essa mistura por vezes me confunde. E eu, confesso, me canso da "bagunça" em que minha alma se torna. Nesses momentos, recebo um aviso: é momento de organizar, rearranjar. Outra tarefa difícil: promover mudanças. Não é nada agradável ter que deixar a minha zona de conforto, a fim de mexer em partes de mim que eu sequer me lembro que existem.
Mas essas coisas me habitam. E é na hora da dor que as percebo com maior intensidade. Quando a tristeza me pega de surpresa e não tenho tempo pra resistir. Quando estou deitada, sozinha, em meu quarto, e os pensamentos e lembranças me tomam. Não há consciência que resista a tal ímpeto.
Impossível fugir. É hora de organizar. Mexer no que está guardado. Promover mudanças.
Resolvi permitir ao meu coração que se coloque sempre em primeiro lugar. E é nesse momento que as perdas se evidenciam. Pessoas que perdem os postos de que se achavam dignas e que, de repente, se veem afastadas, sem a possibilidade de exigir, reclamar.
Não aceito mais cobranças. Não deixarei que me cobrem nada. Nada mesmo! Sou minha. Sou o único ser-humano que tem direito sobre mim. O único! Depois de muito tempo, decidi exigir a exclusividade à qual tenho direito sobre o meu coração. Sai quem eu quiser. Entra quem eu quiser. Simples.
Nenhuma pretensão eu tenho de me fechar a todo mundo. Seria ingratidão. E burrice. Preciso de combustível pra continuar. E as pessoas que amo me motivam a prosseguir. Não reclamo das pancadas, das surras, das injustiças a que a vida me submete.
São justamente as porradas que levo que têm me ensinado a valorizar atos, momentos, pessoas que representam o carinho do Eterno por mim... Sou grata a cada uma delas, pela sensibilidade. E a Ele, pela fidelidade.
É nesses momentos, em que a dor me visita de uma forma avassaladora, que me dirijo ao Único a quem me submeto:  E me mergulhar em Amor. A despeito de todas as pancadas que a vida me dá, obrigado, Aba, pelo teu imutável Amor!
Fujo para longe de ti,


evitando-te como a um inimigo,

mas incessantemente

te procuro em meu pensamento.

Trago tua imagem em minha memória

e assim me traio e contradigo,

eu te odeio, eu te amo."

Carta de Abelardo a Heloísa.





13 de agosto de 2011

O medo sempre me guiou para o que eu quero.
E porque eu quero, temo.
Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou.
O medo me leva ao perigo.
E tudo o que eu amo é arriscado.

12 de agosto de 2011

Nem sempre o meu silêncio..é ausência.

Não me sinto no direito de estar muito presente na sua vida.



Meu silêncio, é apenas a minha maneira de gostar

de alguém, que não é meu e ...que em breve será lembrança....

11 de agosto de 2011

Onde se esconde no meio da multidão?

Por de trás de que rosto?

Por que caminho anda?



Onde se esconde nos meus sonhos?



Onde se esconde no meu pensamento?

Não vejo nenhum rosto,

Não recordo palavras…



?

Será essa a sua casa,

Será esse o seu olhar?



E as palavras que procuro,

Serão elas ditas no silêncio da noite?

Será o teu toque tão suave?


 

Será  a razão da minha solidão?

Do meu viver atordoado,

Da ausência da paixão?

O teu toque e o teu cheiro…

As palavras caladas

Num silêncio ensurdecedor…


Nada tenho senão a angústia do desejo,

O pecado da curiosidade,

A incerteza de um amor…






9 de agosto de 2011

Quase todos julgam ler nos meus posts a vida que sinto ou que vivo. Nem sempre é assim, aliás, raramente. Os textos partem de conversas, de palavras, de encontros, de ideias, de desafios, de inesperados, de premeditados.
Crescem quase sozinhos sem eu dar por isso A cada palavra não finjo, não minto, sinto com a imaginação. Sinto com a força de todas as pessoas que vivem comigo aqui dentro, ou sinto em cada dia com cada uma delas, já não sei.
Primeiro sou só eu que me sento em frente ao computador para escrever, depois já não estou só e tenho à minha volta muitas histórias que voam pelo quarto. Devagar, pairam e ficam à espera que as faça minhas. Escrevo e já não consigo parar e já não sou eu, mas sou ainda consciência e carne.
A mesma carne que sangra quando cravo as unhas no braço para saber se sonho. Estou acordada e escrevo, a vida que ouço, a vida que vejo, a vida que sinto, a vida que cheiro, a vida que quero, porque o querer também é um sentido.
Uma vida a várias sentidos, às voltas, às voltas, como as histórias que pairam à espera que eu as faça minhas e as aprisione em páginas numeradas e organizadas de uma história que quer ser sentida.






6 de agosto de 2011

É, faz falta.
E  eu fico me perguntando porque  nunca nos demos uma chance?
Porque todas as vezes que nos encontramos em algum lugar a gente nunca conseguiu se olhar de verdade?
Se olhar no fundo dos olhos?
... porque eu não conseguia te olhar nos olhos por um tempo, sem que logo depois desviar o olhar _com um sorriso breve.
A resposta é: Mesmo o coração pedindo, a cabeça obrigava a não dizer.
Então escondi o tanto que gostava (_tá bom, eu sei que não era só um gostar; eu sei e você sabe?)
de você, por medo de que sabendo, você viesse a desistir de nós dois.
Mas talvez por isso eu tenha te perdido, e te dizer isso agora não terá o mesmo sentido, nem a mesma consequência. Ou terá?

Vontade, saudade, medo.


Vontade de que você saiba isso, vontade de você por perto!
 Saudade do seu cheiro, seu beijo, seu abraço, seu carinho.
Saudade de você, todo, perto de mim!
Medo de que isso nunca volte...

31 de julho de 2011

 Nós nunca vamos nos beijar na chuva.
Eu também nunca vou calar sua boca com um beijo e nenhuma das nossas brigas vão acabar na cama.
Eu nunca vou te observar enquanto você dorme e nunca vou fazer cafuné em você quando você estiver com a cabeça deitada no meu peito.
 Não vamos passar tardes assistindo filmes românticos debaixo das cobertas e comendo brigadeiro. Também não vamos passar madrugadas acordados conversando.
Nossos planos não vão se concretizar.
Eu não vou ficar com vergonha conhecendo sua família.
Não vamos contar aos nossos filhos a longa e estranha história sobre como nos conhecemos.
As pessoas não vão olhar pra nós e falarem sobre como nós somos bonitinhos juntos.
Não vamos discutir sobre quem vai levantar pra apagar a luz do quarto.
 Não vamos ter um futuro.
Tudo isso poderia ter acontecido, mas não vai.
 Porque nós dois fomos feitos pra nos conhecermos, nos apaixonarmos, mas não pra ficarmos juntos.

25 de julho de 2011

Fiz do deserto um rio.
Das mágoas fiz magia, das lágrimas fiz perdão.
Da solidão fiz amizade.
Da chuva eu fiz lembranças e das cicatrizes fiz poemas.
Da ansiedade fiz tempo.
Das incertezas fiz caminhos e da saudade fiz carinho.

Só não sei me refazer...

"...Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu...."Florbela Espanca

21 de julho de 2011

E meu o ser tem urgência de conheçer o novo, o desconhecido, tudo que não vivi, tudo o que sonho a cada dia...
Quero que o meus olhos vejam outro mundo.
Quero tudo, não me importo que tenha tristezas, sei que tristezas virão, porque sei que não serei feliz pra sempre, mais quero provar da nova angústia, da nova alegria, da nostalgia do que passou, da nova tristeza , é isso que quero no momento: quero que o meu coração conheça outros corações
Parecia tão meigo dormindo daquele jeito,
tão pequeno perto de mim,
nunca pensei que iria ficar feliz de não conseguir dormir,
mas era a hora que eu podia te olhar o quanto quisesse.
A melhor experiência que já tive com você,
e foi só te olhar enquanto dormia.

19 de julho de 2011

Eu desejo ser feliz de um modo possível e rápido,


Desejo  uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis,
desejo coisas simples como um suco gelado depois de correr ou um abraço ao chegar em casa...

Desejo  discernimento e  alvos bem mirados.



Mas desejo também com audácia, desejo sonhos descabidos.
Desejo fantasia e atrevimento, e estar alerta para as casualidades e os milagres,
para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos.



Desejo  trabalhar melhor, amar com menos amarras, viajar para bem longe...

E desejo voltar para o meu canto, desejo choro e  silêncio,
Eu desejo coragem

Eu desejo também  uma alegria incontida,mais amigos.
Desejo bar tanto quanto a igreja,

Mas que o desejo pelo encontro seja sincero,

Desjo  escutar as histórias dos outros,
Desejo acreditar e desacreditar também,

Faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas,

Desenho não ter tantos desejos concretos,

Que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas.



Desejo alguma mudança,

Uma mudança necessária e que ela não me pese na alma,

Mudanças são temidas, mas não há outro combustível para essa travessia.

E desejo, principalmente, desejar, que me permitam desejar,

Te desejo, simples assim

18 de julho de 2011

Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê.
E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância.
Serei apenas memória, alívio...e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância.

16 de julho de 2011

O meu pensamento, a minha memória, a minha ansiedade, o meu sangue estão carregados de você.
Você vive dentro de mim e em todos os momentos manifestas-se, como que obrigando-me a não te esquecer.
E eu não te esqueço.
Sinto-te sempre em mim....e...
Sinto-te sempre tão distante.....
Falta o toque na pele, o som da respiração, o cheiro do corpo, a angústia do seu acordar,
o olhar olhos nos olhos, o arrepio dos toques, o sabor dos beijos...
Faltam aquelas coisas das quais o meu corpo nunca teve ...

14 de julho de 2011

Há dias que tenho pensado na vida.
Pensado em meses, em bancos e livros, em uma camiseta vermelha.
E em um doce sorriso que eu nunca mais pude ver. A vida tem dessas coisas escondidas, desses arrependimentos quietos.
E tem amor.
O tempo fez com que eu perdesse qualquer esperança.
Perdão pelas inúmeras vezes em que atrapalhei o ciclo do seu sorriso.
Ninguém espera o fim.
Eu vivo na sombra de uma foto antiga.
Eu sinto sua falta, assim, de um jeito bem irrefletido, desinformado.
Eu realmente te perdi. Essa carta é outra que nunca vai chegar à sua mão, ela sempre é destruída, ainda em forma de pensamento.
Ando, com coração desritmado por medo de interferir na sua felicidade. Eu te quero bem.
Seria melhor aqui. Mas te quero bem assim, longe, também.
Até um tempo atrás eu te diria bem, como é ser lembrança de dor.
Eu acostumei com as ausências. O tempo acaba com a gente, você vai me entender.
Eu troquei de rua, de roupa, de rancor, mas não deixei esse olhar baixo.
Minha vida anda cheia, e eu não tenho interesse pra absolutamente nada.
Falta pouco mais de um ano  e eu finjo notar estrelas mais apagadas.
Eu sinto um frio maior quando coloco o casaco. Já passou meio ano com jeito de três séculos, e eu nunca saí daquela fileira de livros em que te encontrei.
Eu pesei tanto durante esse tempo, aquele nosso “sei lá” nunca teve significado claro pra mim.
E mesmo assim eu te “sei lá” durante todo esse tempo.
Você me doeu. Eu subi todos os andares da tristeza, sozinha.
Eu escondi seu nome dentro de uma gaveta cheia de papéis velhos, coisas velhas, lembranças e amores, quem sabe assim eu poderia dizer: Passado.
E mesmo assim eu te senti nos sonhos mais escuros e em todas as vírgulas da minha vida. Eu te soltei no vento quando eu deveria ter te abraçado.
Hoje eu não volto, nem amanhã, apesar do egoísmo. Pois não me permitiria tirar outro sorriso teu, por isso vivo nesse silêncio apertado.
Mas saiba, que de segunda-feira a dezembro, meu coração cuidou bem desse amor.
Queria que soubesse mesmo assim, sem saber, que eu espero a sua volta.
Lá no nosso sempre...

10 de julho de 2011

Amar é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar.
É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama.
É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro.
É insistir com respostas sem as perguntas.
Adiar o amor ainda é cumpri-lo.
Fingir que não se sente é exercê-lo.
O amor devora os sobreviventes.
Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur.
O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada.
É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça.
O amor confunde para se chegar ao mistério.
Embaralha para não se ouvir.
Perde-se no próprio amor a capacidade de amar.
Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. O amor queima os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes.
O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso.
O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada.
O amor é um desencontro por dentro.

8 de julho de 2011

Não queria,desde o começo eu não quis.Desde que senti que ia cair e me quebrar inteira na queda para depois restar incompleta,destruída talvez, as mãos desertas, o corpo lasso. Fugi. Eu não buscaria porque conhecia a queda, porque já caíra muitas vezes, e em cada vez restara mais morta, mais indefinida - e seria preciso restruturar verdades,seria preciso ir construindo tudo aos poucos, eu temia que meus instrumentos se revelassem precários, e que nada eu pudesse fazer além de ceder. Mas no meio da fuga, você aconteceu. Foi você, não eu, quem buscou. Mas o dilaceramento foi só meu, como só foi meu o desespero.

5 de julho de 2011

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa."








Martha Medeiros

29 de junho de 2011

Noite vazia

"Você me ligou naquela tarde vazia", sempre que ouço essa música acredito ser um presságio. Não era de minhas músicas preferidas, nem das bandas que mais me fazem companhia, mas é um frase que me toca. Quantas vezes, com essa frase na cabeça  criei histórias. Ah. Crio histórias com tudo, na verdade.

Talvez, seja um mal dos solitários. Solitários não, isso é muito triste. E afinal, tenho os amigos. Só não tenho alguém que  ligasse numa tarde vazia, e fizesse valer o dia. Então invento.
E invento cabelos ao vento, bochechas rosadas, e lábios levemente rachados. Não só o frio racha lábios, calor humano também. Enfim olho o lado, a janela e a neblina que começa a enfumaçar o vidro. Fecho as cortinas, e ligo a tv. O telefone não vai tocar mais naquela tarde vazia... pois esta já virou  noite.

28 de junho de 2011

Ninguém



Sapato baixo,calça larga e cabelo preso.Esquentou e seus ombros tensos agradecem.Que cara bonita é essa?Já logo no elevador.
Ah, devo ter dormido bem. Bom dia, bom dia. Olha, você está muito bonita hoje. Um fala, outro concorda. E pelos corredores, sorrisos dão continuidade aos elogios. O que é? Que segredo ela guarda? Que novidade é essa? Na cozinha perguntam: novo amor? No estacionamento perguntam: voltou com alguém? No restaurante, na hora do almoço: é alguém novo? Cruza com um namorado antigo "nossa, você tá muito... é o quê? Sexo? A noite toda? Conta, vai, eu agüento ouvir".
Contar o quê? No espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém. Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, yoga, massagem, dormir, bobeiras, pilates, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos . É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue. Linda e feliz como nunca.
O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca. Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.



(Tati Bernardi)

9 de junho de 2011

Quero esta confusão gostosa que é pensar em você...
Sorrir sem razão aparente...
Quero traduzir o que você me diz e inventar mais mil palavras novas.
Não quero sossego ou tranquilidade.
Quero esta ebulição que está acontecendo em mim...
Química, alma e ansiedade...

4 de junho de 2011

Eu escrevo teu nome nessas pedras, que vou jogando por onde passo.
No fundo, espero que você me siga, mas não tenho coragem de pedir, seria infantil da minha parte.
Aí, tem gente que vem, sem nem ser chamado, sem nem se importar com o fato do nome escrito ali, ser outro.
As pessoas não ligam para essas pequenezas,sabe? Eu ligo. Ligo pra tudo. Sou mais de detalhes, que do todo. Sempre fui.
O fato é que fico olhando pra trás pra ver se você tá vindo e já tropecei umas quantas vezes. Esses dias mais.
Isso porque não sinto teu cheiro no ar, não ouço o teu riso passeando pelas horas. E sinto falta. E sinto um quase-medo. Embora, não tenha a menor idéia de quê.
Sabe quando você pressente o monstro no escuro, mesmo sem poder vê-lo? É assim. Não sei se você entende, não sei se alguém entende e, realmente, não me importo.
Não me importo mais com um monte de coisas. Dos benefícios do tempo.
Hoje, parei e sentei bem aqui, Só pra te pensar bem forte e te fazer sentir amor do lado de lá.
Sim, porque você ainda não atravessou a ponte, bem sei. Mas, ando me sentindo fraca e cansada. Tenho andado demais, jogado pedras demais, esperado demais e você não me alcança.
Talvez, seja melhor mergulhar e afogar os pensamentos. Espero que você consiga chegar a tempo e salvar os mais bonitos."

1 de junho de 2011

Se você dissesse que sim, a gente iria ganhar o mundo...
Se você dissesse que sim, a gente iria se encontrar de verdade, em sonhos e onde quer que fosse.
Se você dissesse que sim, os maus momentos iriam ser passado, história pra contar e só.
Primavera depois do inverno...
Ah, se você disser que sim...

26 de maio de 2011

Se é verdade que não sei me expressar bem, o motivo é unicamente você...
Quando me para, me olha, me toca e fala qualquer coisa... eu emudeço... porque tua presença acalma esse amor revolto que guardo...
E as palavras lutam dentro da minha boca... fala ou não fala... (?)
Mas o medo me impede tanto... a palavra dita e o receio da resposta...
Deus, como me assusta que o que tu podes me falar... seja capaz de emudecer o meu mundo...
(Eu não tenho idéia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo...
Medo do fracasso...
Medo da dor...
Medo da rejeição...
Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir...

24 de maio de 2011

Estou te querendo muito bem neste minuto.
Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância.
Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz.
Você é muito lindo e eu tento te enviar  minhas melhores vibrações.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.

Com cuidado, com carinho grande, te abraço forte e te beijo

23 de maio de 2011

Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube cuidar. **E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de que.
Bom, feliz talvez ainda não. Mas tenho assim... aquela coisa... como era mesmo o nome? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo, sabe qual? — Esperança....sim e sabe aquela pa.....
Bom, feliz talvez ainda não. Mas tenho assim... aquela coisa... como era mesmo o nome? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo, sabe qual? — Esperança....sim e sabe aquela palavra que nos fortalece quando toda a esperança esta perdida
sei....fé !!!!

21 de maio de 2011

''Será que sou verdadeira?
Será que sou real?
Parece que não tem nada dentro de mim
Não sei o que aconteceu
Não sei dizer o que sinto
Talvez possa se chamar vazio, tristeza, aperto no peito, intuição
Não há características para o sentimento
É preciso ter saudade para sentir o que sinto.''

20 de maio de 2011

 Então, de repente, sem pretender, respirei fundo e pensei que é bom viver.
Mesmo que as partidas doam, e que a cada dia seja necessário
adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte _
mesmo assim é bom viver. Não é fácil, nem agradável. Mas ainda assim é bom.
Tenho quase certeza.

19 de maio de 2011

Mulher de alma Cigana

Um pássaro que não quer ser aprisionado... assim é minha alma...
Que pousa aonde encontra alento e amor... Mas que precisa estar livre para voar se assim desejar...
Sou fiel aos meus sentimentos e não aceito que me prove... Quando amo...sinto a intensidade do amor percorrer cada célula de meu corpo...
Minha alma que de tão transparente e tão lúcida suscita de paixão...
Sou menina...sou mulher... Danço para esquecer as marcas em meu coração...
Se rodopio entre véus e moedas esqueço a ingratidão deste mundo e me entrego a magia que encanta minha alma e repousa meu espírito...
Quero tão pouco dessa vida... Quero uma fogueira para dançar em volta... Lençóis macios para amar... Quero a lua e as estrela como testemunha do meu amor...
Quero a brisa da madrugada e nada mais encobrindo meu corpo que dança... E quando nascerem os primeiros raios do sol ... lançarei a sorte a todos e como recompensa receberei-a de volta...

Parto de mim

O dia era grande. Daqueles sem agenda. Sem pés apressados. Sem olhos vigiando ponteiros. Acordei com a sensação de que o tempo era outra coisa. E a vida também. Com uma saudade que tinha feições familiares. (...) A qual eu chamava por diferentes nomes, em diferentes épocas, como se houvesse esquecido do que se tratava.
Quando, por algum descuido meu, a voz daquela saudade conseguia driblar os disfarces do meu ouvido, sussurrando ou gritando ela pedia que eu me entregasse. A saudade era do ser que me habitava. Que eu era, antes de estar qualquer coisa. A saudade era do ser que morava em mim. Que tinha um sol inteiro para me dar, quando a vela, de chama trêmula, que eu levava, estava se acabando. Que cultivava sorrisos atrás dos meus pântanos. Que não tinha idade. Que abraçava grande. Que pronunciava, sem baixar a voz, palavras como ternura, encanto, fascínio, pureza. Que atraía almas conterrâneas. Com uma musicalidade semelhante. Uma fragrância familiar. Com cheiro de bolo de vó.
De sonho sem medo. De vida beijada.
A saudade era do ser, em mim, que entendia de crisálidas. De sede. Pés. Miragens. Da dor das noites que esquecem de dormir. Das emoções que hesitam despertar. E, conhecendo as dores, chamando-as pelos nomes, não se agarrava a elas. Que se via em tudo. Em todos. Que confiava nas pessoas. Que sabia que as pessoas são, em essência, amor, disfarçadas de espelhos, que refletem umas para as outras aquilo que impede que se mostrem e se vejam como são.
A saudade era do ser que me fazia acreditar que eu não era uma turista num planeta estrangeiro nem uma sobrevivente de uma civilização extinta, como tantas vezes sentia. E me ensinava que toda vez que eu achasse que os outros precisavam de legendas para me entender, eu poderia recorrer aos idiomas que o coração entende. Um sorriso. Um olhar. Um abraço.
A saudade era do amor que aquele ser emanava e do qual eu era feita. Da seiva que permeava todo o jardim. Que era o meu corpo, por trás da roupa de gente que eu usava e da qual precisava cuidar com o carinho com que se cuida da roupa do amado, embora raramente eu lembrasse disso. Da porção em mim que era mágica e sábia. Humilde e serena. Que me intuía. Que me ajudava a desenhar o meu caminho. Encontrar o meu acorde. Escrever a minha história.
A saudade, terna e arrebatadora, era daquilo em mim que tinha um compromisso com a vida, ainda que eu fizesse de conta que o havia esquecido e só honrasse os compromissos que o meu coração nunca assumiu. Daquilo que não se importava com os porquês. Que se desprevenia. Que se enamorava. E que se olhasse para o azul do céu mil vezes se emocionava em todas elas, reverenciando o pintor. Que me lembrava de que eu devia saborear a paisagem com os companheiros de viagem, mesmo sem saber aonde o barco me levaria. E de que se chegasse a tormenta, eu não deveria esquecer, na aflição, que eu não era o barco, e, sim, o mar.
Embora tivesse saudade desse ser amoroso que, em essência, eu era, tinha muito medo de me entregar a ele. E sabia, sem conseguir desviar os meus olhos dos olhos daquela saudade, que aquele era o mesmo medo que estava por trás de outras entregas que ficaram no rascunho. (...)Naquele dia acordei com saudade e com medo. Nem mais casulo nem vôo ainda. Sabia que enquanto eu não voltasse a dar a mão àquele ser que me habitava, enquanto eu não voltasse a dançar com ele, continuaria a me sentir longe de casa, separada da minha gente, fora do meu habitat, perambulando, confusa e assustada, no mundo árido e sem cor que desenhei quando larguei a sua mão.
Para fluir comigo, a vida pedia que eu soltasse o medo e me entregasse. Que dissesse sim. Que acreditasse nela. Eu não sabia como fazer, mas sentia, entre as contrações, que ela estava fazendo por mim, através de cada experiência que eu atraía para o meu caminho.
Naquele dia, grande, acordei com a sensação de que o tempo era outra coisa.
De que a vida era outra coisa.
E eu também.

18 de maio de 2011

Despedida...






Desejo que a sua vida inteira seja abençoada, cada pequenino trecho dela, em toda a sua extensão. Que cada bênção abrace também as pessoas que ama e seja tão vasta que leve abraço a outros tantos seres, sobretudo àqueles que mais sofrem, seja lá por que sofrem. Desejo que os nós que apertam o seu coração sejam gentilmente desatados e que os sentimentos que os formaram se transformem na abertura capaz de criar belos laços de afeto. Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.

Desejo que volte para o seu mar quantas vezes forem necessárias até encontrar o seu tesouro. Que quando encontrá-lo, não seja avarento. Que descubra maneiras para compartilhar a sua felicidade, o jeito mais gostoso para se expandir a riqueza. Desejo que quando os ventos da mudança ventarem mais forte, e sentir medo de ser carregado junto com tudo o que parecerem arrastar, você já conheça o lugar onde nada pode arrastá-lo. Que já saiba maneiras de respirar mais macio, quando as circunstâncias lhe encurtarem o fôlego. Que, com o passar do tempo, a sua alma se torne cada vez mais maleável, mas que seja firme o bastante para nunca desistir de você.

Desejo que tudo o que mais lhe importa floresça. Que cada florescimento seja tão risonho e amoroso que atraia os pássaros com o seu canto, as borboletas com as suas cores, o toque do sol com seu calor mais terno, e a chuva que derrama de nuvens infladas de paz. Desejo que, mais vezes, além de molhar só os pés, você possa entrar na praia da poesia da vida com o coração inteiro e brincar com a ideia que cada onda diz. Que, ao experimentar um caixote ou outro, não se arrependa por ter entrado na água, nem desista de brincar. Todo mundo experimenta um caixote ou outro, às vezes um monte deles, quando se arrisca a viver. O outro jeito é estar morto. O outro jeito é não sentir.

Desejo que não tenha tanta pressa que esqueça de colher estrelas com os olhos, nas noites em que o céu vira jardim, e levar para plantar no seu coração as mudas daquelas mais luzentes. Que tenha sabedoria para encontrar descanso e alimento nas coisas mais simples da vida. Que a cada manhã a sua coragem acorde bem juntinho de você, sorria pra você, e o convide para viverem uma história toda nova, apesar do cenário aparentemente costumeiro. Que tenha saúde no corpo, saúde na alma, saúde à beça.

Desejo que encontre maneiras para ser feliz no intervalo entre o instante em que cada dia acorda e o instante em que ele se deita pra dormir, porque a verdade é que a gente não sabe se tem outro dia. Que quanto mais passar a sua alma a limpo, mais descubra, mais desnude, mais partilhe, com medo cada vez menor, a beleza que desde sempre você é. Que se sinta livre e louco o bastante pra deixar a sua essência florir.

Não importa quanto tempo passe, não importa onde eu esteja, não importa onde esteja você, abra os olhos pra dentro e ouça: o meu coração estará dizendo esta mesma prece de amor para o seu. Amor incondicional, exatamente como neste instante. Não importa o quanto a gente mude, o quanto a distância aparente nos afastar, isto que sinto por você, eu sei, não muda nunca mais.

17 de maio de 2011

Quem vai me levar para casa
quando nem eu mesma souber onde estou?
Quem vai me roubar o pensamento
quando minha imaginação for perigosa?
Quem vai me acalmar a alma
quando meu corpo for puro movimento?
Quem vai me furtar meu coração
quando eu quiser amor em vez de solidão

15 de maio de 2011

Certezas

Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…e que valeu a pena.
_______________________________Mário Quintana
Em nome da primeira vez que amei,

tracei na pele um movimento eterno de combustão e dor,
peças sensíveis da engrenagem
montada no fundo dos meus olhos
como um ciclo solar.
Hoje conheço os contornos de um lugar
pela quietude das ondas na maré vazia,
ou pela brisa espontânea do poente
e sei que o amor,
onde nenhuma contradição é necessária
é tudo quanto sobra no espaço vazio
entre o que somos e o que não somos.
_________Graça Pires

14 de maio de 2011

Eu estive pensando sobre mim, sobre você, sobre nós.
Não cheguei a conclusão nenhuma, também não esperava chegar em nada.
 Estou confusa, não sei o que fiz esses dias, mas sei o que não deveria ter feito.
No entanto, eu sei que deveria ter sorrido.
 Não que eu vá fazer isso amanhã, mas é o que eu deveria fazer.
Deveria eu olhar para o lado, ver as pessoas a minha volta, seguir minha vida como sempre segui.      
Seus olhos me chamam a todo momento e em qualquer lugar.
Eu nunca sei a direção certa para olhar, mas eu procuro.
As vezes ouço sua voz do nada, mas nada de você aparecer.
Parece até brincadeira. Eu leio palavras, não ouço som.
No início eram palavras, e pelas palavrasn eu te amei ...     
 Tive vários sentimentos, mas nenhum tão forte ...Nada faz sentido,
 cansei de esperar algo que nunca vai acontecer.
Apenas palavras, apenas sentimentos, no final... só eu
_______________Anna Sophia Benez