25 de novembro de 2009



Passarei ...

como o vento...

Consegue ver o vento?
Antes de dizer sim ou não, digo que há mil formas de ver,
mil cores que não se vê, mil coisas em cada um que desconhecemos.
Muitas vezes só acreditamos no que tem forma, no que é visível aos nossos olhos.
O vento não tem um invólucro que o torne visível.
E, há quem diga que Deus é como o vento. Já pensou nisso?
Eu bem que tento!
Porém, aqui o vento é aquilo que sopra nas velas deste barco
no qual vou navegando ora no dia ora na noite,
é este espaço que é sua metáfora, neste imenso mar em que tantas vezes naufraguei.
Chama de destino, chama do que quiseres,
mas eu chamo... Vento.
Foi ele que me trouxe até aqui e que assim vai levar este barco
até onde quero que vá. Sendo assim,as próximas palavras que aqui deixar - talvez já as conheças_ são fragmentos segredados num outro espaço, o qual fiz afundar para assim fazê-las aqui emergir… Porquê?
Simplesmente por que agora vejo-o e sei que é aqui, a seguir a estas palavras, que devo encaixar todas as outras.
Foram escritas para serem aqui depositadas, enquanto esperavam noutro invólucro até conseguir ver que era aqui o seu lugar.
Não te assustes se não as reconheceres...e se reconheceres não julgues já saber até onde irão conduzir-te,pois aqui ganharão um outro rumo, se bem que no fim a essência seja a mesma.
Serão então um resumo de tudo aqui depositado…
Dizem que é assim que no fim deve ser.
No entanto, há sempre algo para além do fim...
Talvez um renascer numa outra vida ou um repetir da mesma sem que saibamos ou,somente nada..
E, acredito em algo, sim! Por isso, assim será...
Há coisas que não se vêem, mas não quer dizer que não existamou que seja impossível alcançar.
Até a mim ninguém aqui vê e mesmo assim alguns através deste porto alcançaram-me,
e abraçaram, mas para outros talvez eu seja assim como o vento e este meu espaço seja como o cachecol que ergui lá no alto para poder ver... sentir o vento.
E, só alguns irão entender, só alguns… por que nem todos vêem o vento, nem todos vêem. Muito permanece escondido no alto de uma montanha, enquanto guio-me até ao cimo, e alguns seguem o meu rasto _ pegadas que vento vai apagando, e lá em cima
mostro não o vento, mas sim a luz que tudo rodeia, enquanto na sombra permanecemos como vultos… aqui, tal como o vento, assim... ali, ao vento. E, tal como ele...
voltei, e tal como ele vou sendo... busca infinita de mim, assim aqui... até ao fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

amiga linda, tu sentes como escreves e aquilo que escreves é como vês e sentes... absolutamente lindo!um abraço grande.