15 de agosto de 2011

Uma das coisas mais difíceis para o ser-humano é saber a hora certa de se ausentar... O momento certo de cultivar a distância, e não a proximidade, quando se percebe que é na distância que o amor pode continuar. Ou, quem sabe, ainda nascer.
Não é nada fácil perceber esse momento. Para isso, é preciso ter muita sensibilidade. E, além dela, a coragem. No meu caso, a coragem vem em escala muito menor que a sensibilidade. Minha percepção é aguçada para saber, mas meu coração é reticente para se afastar.
Não é necessário me conhecer muito para perceber: gosto de pessoas. Minha vida gira em torno delas. O que sinto passa por elas. O que sonho também. E, consequentemente, aquilo que escrevo. Sou um ajuntamento de mundos e percepções em uma alma só.
Essa mistura por vezes me confunde. E eu, confesso, me canso da "bagunça" em que minha alma se torna. Nesses momentos, recebo um aviso: é momento de organizar, rearranjar. Outra tarefa difícil: promover mudanças. Não é nada agradável ter que deixar a minha zona de conforto, a fim de mexer em partes de mim que eu sequer me lembro que existem.
Mas essas coisas me habitam. E é na hora da dor que as percebo com maior intensidade. Quando a tristeza me pega de surpresa e não tenho tempo pra resistir. Quando estou deitada, sozinha, em meu quarto, e os pensamentos e lembranças me tomam. Não há consciência que resista a tal ímpeto.
Impossível fugir. É hora de organizar. Mexer no que está guardado. Promover mudanças.
Resolvi permitir ao meu coração que se coloque sempre em primeiro lugar. E é nesse momento que as perdas se evidenciam. Pessoas que perdem os postos de que se achavam dignas e que, de repente, se veem afastadas, sem a possibilidade de exigir, reclamar.
Não aceito mais cobranças. Não deixarei que me cobrem nada. Nada mesmo! Sou minha. Sou o único ser-humano que tem direito sobre mim. O único! Depois de muito tempo, decidi exigir a exclusividade à qual tenho direito sobre o meu coração. Sai quem eu quiser. Entra quem eu quiser. Simples.
Nenhuma pretensão eu tenho de me fechar a todo mundo. Seria ingratidão. E burrice. Preciso de combustível pra continuar. E as pessoas que amo me motivam a prosseguir. Não reclamo das pancadas, das surras, das injustiças a que a vida me submete.
São justamente as porradas que levo que têm me ensinado a valorizar atos, momentos, pessoas que representam o carinho do Eterno por mim... Sou grata a cada uma delas, pela sensibilidade. E a Ele, pela fidelidade.
É nesses momentos, em que a dor me visita de uma forma avassaladora, que me dirijo ao Único a quem me submeto:  E me mergulhar em Amor. A despeito de todas as pancadas que a vida me dá, obrigado, Aba, pelo teu imutável Amor!

Um comentário:

Tere Marcellino disse...

Alma, que legal teu blog.
Tenha uma ótima noite, beijos.